Estudo sobre: OS ESTADOS UNIDOS DO SÉCULO XIX


Dedicamos o final deste bimestre ao estudo do século XIX. Falamos da Segunda Revolução Industrial e de seus desdobramentos, das unificações tardias do Império Alemão e do Reino da Itália, da queda de Napoleão e da restauração monárquica (Congresso de Viena), dos movimentos de independência na América Espanhola, da reformulação da doutrina liberal e do surgimento de doutrina contrárias ao Liberalismo, por exemplo, o Socialismo Científico de Karl Marx.


Com isso, vimos que os acontecimentos do século XIX deram início ao processo de mudança no equilíbrio de forças mundial, ocasionando transformações como as manifestas ao final da Primeira Grande Guerra: a perda de importância política pela Europa e a ascensão dos Estados Unidos da América como potência mundial.


Por falar em Estados Unidos, o post de hoje dedica-se à história do país desde sua independência, passando pela Marcha para o Oeste e pela Guerra de Secessão, até a luta pelos direitos civis dos negros estadunidenses.

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1. Introdução: 






Os primeiros anos após a Independência das Treze Colônias foram de grande expansão para os norteamericanos: comercialmente, fazia negócios por todo continente americano e com a Ásia; territorialmente, iniciou sua expansão para o interior do continente, o que significa dizer aumentava suas fronteiras de maneira muito acentuada.


Com a derrota de Napoleão Bonaparte, as potências monárquicas europeias se uniram no Congresso de Viena, a fim de restaurar a Europa pré-napoleônica, devolvendo os reis a seus tronos e reprimindo movimentos sociais através do seu braço armado, a Santa Aliança.


Dessa maneira, os EUA adotaram posição parecida com a da Inglaterra: ambas eram contrárias aos trabalhos da Santa Aliança. Para a Inglaterra, não era interessante limitar, por exemplo, os movimentos de independência na América latina, já que, emancipados, os novos países seriam seus parceiros comerciais, e, para os EUA, o Congresso de Viena ameaçava seu desejo de hegemonia no continente americano e representava a possibilidade de recolonização por parte das potências europeias daquele momento.





2. A Marcha para o Oeste:


A modernização das ferrovias e os interesses em mineração,agricultura e pecuária estimularam a expansão rumo aos territórios além dos Montes Apalaches.



1803: Compra a Louisiana da França;
1809: Compra a Flórida da Espanha;
1846/1848: Guerra contra o México resulta na incorporação de vastos territórios até o Oceano Pacífico;
1867: Compra o Alasca da Rússia. Esse é conhecido como o pior negócio do mundo, já que o Império Russo passava por necessidades econômicas e vendeu o território por apenas 7 milhões de dólares, na época, valor este que é reavido pelos EUA 40 vezes por ano.
A Marcha para o Oeste, além da expansão do território dos EUA, teve como principal consequência o extermínio das populações indígenas que habitavam as regiões anexadas. A justificativa ideológica para a expansão era dada pela doutrina do Destino Manifesto, fundada no princípio de que o povo estadunidense era predestinado a dominar o continente. percebe-se que seu expansionismo não para quando o país atinge dimensões continentais, pelo contrário, antevê o avanço sobre o Caribe e o restante da América Latina.



Mais sobre o Imperialismo estadunidense você pode achar aqui.




3. A Guerra de Secessão (1861/1865)


A expansão territorial levou ao crescimento econômico que, por sua vez, aumentou as contradições existentes entre o Norte e o Sul do país desde a época da independência.





Enquanto o Sul tinha a economia baseada no latifúndio escravista e na produção de algodão voltado para o mercado externo, o Norte defendia a abolição da escravidão e tinha sua economia baseada na indústria. Assim, as disputas entre a aristocracia rural do Sul e a burguesia industrial do Norte ficavam cada vez mais patentes. 



Em 1860, foi eleito o republicano Abraham Lincoln, cuja plataforma de governa privilegiava os interesses do Norte. Então, os sulistas declaram a secessão, ou seja, a separação política e formação de outro país: os Estados Confederados da América, com capital em Richmond, Virgínia, e governado por Jefferson Davis, que deu início à Guerra de Secessão.

Finda o conflito, a superioridade militar do Norte predominou, e este conseguiu impor seus interesses no país. A escravidão foi abolida, contudo os negros não contaram com qualquer tipo de programa governamental que colaborasse para sua integração na sociedade e foram marginalizados pela sociedade. A região foi tomada militarmente até 1877 e perdeu sua influência política no país.


A guerra durou cinco anos e vitimou cerca de 600 mil pessoas, uma delas, o próprio presidente Abraham Lincoln, assassinado por um sulista.



4. A reconstrução radical e as sociedades secretas terroristas


A abolição da escravidão no solo estadunidense ocorreu em meio de uma guerra civil e culminou no surgimento de dois tipos de movimentos sociais.


Um deles era a reconstrução radical (1865/77), formada por negros libertos, negros nascidos livres e homens brancos contrários à segregação racial. Outro foram sociedades secretas segregadoras, como a Ku Klux Klan (KKK) e os Cavaleiros da Camélia Branca, que atemorizavam os negros recém-libertos, asiáticos, judeus e latinos.


A História dos EUA passou a viver um de seus mais tristes episódios, que foi a limitação dos direitos civis dos negros. Eles passaram a sofrer segregação e foram impedidos de frequentar os mesmos espaços públicos que os brancos. Somente nas décadas de 60 e 70, com a luta pelos direitos civis, a população negra passou a ter voz ativa na sociedade, principalmente com líderes como Martin Luther King e Malcom X.

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